domingo, 13 de março de 2011

Cuba permanece na lista "Inimigos da Internet" da RFS

Cuba se mantém na lista de "inimigos" da internet elaborada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que cita os Estados que impedem a livre circulação na rede, enquanto que a Venezuela entrou para a relação de países sob vigilância.

Segundo o relatório anual "Inimigos da Internet" publicado nesta sexta-feira, junto a Cuba estão Arábia Saudita, Mianmar, China, Coreia do Norte, Irã, Síria, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnã.

Este ano saíram da lista Egito e Tunísia, depois das revoltas que puseram fim aos seus regimes, mas ambos se encontram sob vigilância, da mesma forma que Venezuela, Líbia e França.

A organização revelou que 119 pessoas estão presas no mundo todo por terem quebrado as regras de seus regimes quanto ao uso da internet, a maior parte delas na China.

Cada vez mais, a rede é considerada como um instrumento de subversão, mas também de propaganda oficial, e sua influência na política dos países é crescente, como mostram os casos do WikiLeaks e das revoluções nos países árabes.

O Governo de Hugo Chávez introduziu pela primeira vez instrumentos de controle na internet no contexto de "tensão crescente entre o poder e os meios de comunicação críticos", afirma o relatório.

O documento informa que esses instrumentos foram introduzidos através de uma "lei repressiva para a internet".

Onipresente nos meios de comunicação tradicionais, o presidente venezuelano "não podia resistir à tentação de monopolizar a internet e regular o espaço cujo controle lhe escapa", revela.

Para a RSF, Chávez entendeu a importância da internet em um país onde quase um terço da população tem acesso à rede.

Ainda mais grave é a situação em Cuba, que mantém duas redes paralelas de internet: uma livre, acessível nos hotéis internacionais, e outra muito controlada, que se resume a uma enciclopédia, e-mails internos e sites de informação governamental.

Fora dos hotéis, apenas alguns locais privilegiados têm acesso à rede internacional, objeto também da censura do regime, segundo a RSF.

A RSF revelou que o regime cubano responsabiliza o embargo americano pela má qualidade das conexões, uma desculpa que não poderá ser utilizada por muito tempo porque a ilha estará unida ao continente por um cabo submarino que chegará até a Venezuela.

Mas a organização não espera que essa melhora tecnológica venha seguida de uma democratização no uso da internet.

A estratégia repressiva do país se completa com uma perseguição aos blogueiros críticos ao regime.

"Os internautas cubanos são condenados a até 20 anos de prisão se publicam um artigo julgado 'contra-revolucionário' na internet", ressalta o documento. EFE

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