Cuba se mantém na lista de "inimigos" da internet elaborada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que cita os Estados que impedem a livre circulação na rede, enquanto que a Venezuela entrou para a relação de países sob vigilância.
Segundo o relatório anual "Inimigos da Internet" publicado nesta sexta-feira, junto a Cuba estão Arábia Saudita, Mianmar, China, Coreia do Norte, Irã, Síria, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnã.
Este ano saíram da lista Egito e Tunísia, depois das revoltas que puseram fim aos seus regimes, mas ambos se encontram sob vigilância, da mesma forma que Venezuela, Líbia e França.
A organização revelou que 119 pessoas estão presas no mundo todo por terem quebrado as regras de seus regimes quanto ao uso da internet, a maior parte delas na China.
Cada vez mais, a rede é considerada como um instrumento de subversão, mas também de propaganda oficial, e sua influência na política dos países é crescente, como mostram os casos do WikiLeaks e das revoluções nos países árabes.
O Governo de Hugo Chávez introduziu pela primeira vez instrumentos de controle na internet no contexto de "tensão crescente entre o poder e os meios de comunicação críticos", afirma o relatório.
O documento informa que esses instrumentos foram introduzidos através de uma "lei repressiva para a internet".
Onipresente nos meios de comunicação tradicionais, o presidente venezuelano "não podia resistir à tentação de monopolizar a internet e regular o espaço cujo controle lhe escapa", revela.
Para a RSF, Chávez entendeu a importância da internet em um país onde quase um terço da população tem acesso à rede.
Ainda mais grave é a situação em Cuba, que mantém duas redes paralelas de internet: uma livre, acessível nos hotéis internacionais, e outra muito controlada, que se resume a uma enciclopédia, e-mails internos e sites de informação governamental.
Fora dos hotéis, apenas alguns locais privilegiados têm acesso à rede internacional, objeto também da censura do regime, segundo a RSF.
A RSF revelou que o regime cubano responsabiliza o embargo americano pela má qualidade das conexões, uma desculpa que não poderá ser utilizada por muito tempo porque a ilha estará unida ao continente por um cabo submarino que chegará até a Venezuela.
Mas a organização não espera que essa melhora tecnológica venha seguida de uma democratização no uso da internet.
A estratégia repressiva do país se completa com uma perseguição aos blogueiros críticos ao regime.
"Os internautas cubanos são condenados a até 20 anos de prisão se publicam um artigo julgado 'contra-revolucionário' na internet", ressalta o documento. EFE
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